Manifesto Petista

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Yanomani: desumanização e calamidade não combinam com justiça e democracia

Impossível não prestar atenção, lamentar e lutar contra a terrível situação de desumanização e calamidade, vivenciada pelos Yanomani. Sem sombra de dúvida, é bem-vinda a decretação por parte do Governo Brasileiro, da “emergência de saúde pública”, visando o investimento na melhoria de infraestrutura dos polos de saúde indígena, logística, insumos, medicamentos, equipamentos, água potável, energia e internet. Ainda, o Ministério de Justiça e Segurança Pública em “nota oficial”, determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal, para apurar crimes de genocídio e ambientais.

A base para as contundentes denúncias e para as medidas governamentais em caráter de emergência é que os Yanomami, ocupantes da fronteira da Venezuela com o Brasil (Roraima e Amazonas), vivem há muito tempo ameaças pelos efeitos perversos do garimpo ilegal e da devastação territorial; violência sexual de mulheres e crianças; fome e desnutrição; desestruturação do atendimento à saúde, prejudicando o tratamento de doenças como malária, diarreia, infecção respiratória etc.

A somatória dessas situações tem causado mortes em massa, um verdadeiro genocídio! Atitudes urgentes e continuadas são importantíssimas. Nesse sentido, dois acontecimentos recentes contribuíram para a definição das medidas emergenciais, em curso.

Em 14 de julho de 2022, representantes de entidades vinculadas à causa indígena – a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib); o Conselho Indígena de Roraima (CIR); e, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) em conjunto com diversas autoridades e instituições, em audiência na Câmara dos Deputados, definiram as situações já citadas, como uma “tragédia humanitária”. E, denunciaram a ausência de soluções, mesmo diante de cobranças internacionais e das autoridades brasileiras.

O presidente Lula acompanhado de ministras/os, secretárias/os e médicas/os realizou visita em 21 de janeiro de 2023, ao Povo Yanomani, em Roraima, Nessa oportunidade, em representação ao Ministério de Saúde o Secretário de Saúde Indígena Weibe Tapeba, que é cearense e indígena, classificou a necessária assistência emergencial, como “operação de guerra”.

A situação pode ser chamada de “operação de guerra”, genocídio, crise sanitária e humanitária, mas o fato é que tudo isso é muito assustador. Há necessidade premente de enfrentamento dessa INSUSTENTÁVEL realidade, e, de fortíssimo e continuado envolvimento de entidades de direitos humanos, indígenas e indigenistas, e socioambientais; meios de comunicação; poderes públicos; e, de toda a sociedade na construção de soluções. Diante dessa triste história, o Brasil tem que fazer valer o alerta feito pela antiga canção popular de que “TODO DIA É DIA DE INDIO”. E, não é demais acrescentar que, todo dia é também de justiça, humanidade e democracia!
Artigo publicado originalmente no jornal OPOVO, de Fortaleza

Uma resposta

  1. Ainda vamos sentir por muito tempo os efeitos das ações perversas do governo fascista. As forças progressistas não podem vacilar, nem achar que estão derrotados. Estarão sempre urdindo o mal ganancioso e e desumano. Às vezes nas sombras, onde se proliferam, às vezes na cara da civilidade.

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