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O PT em Santos nas Eleições Municipais de 2024

Contribuição para o
balanço eleitoral
municipal de 2024

Nestas eleições o PT recebeu 31,4 mil votos na chapa majoritária e 16,4 mil votos
na chapa proporcional. Em 2020 tivemos 14 mil em ambas as chapas. Nestas
eleições dobramos a votação majoritária e crescemos 17% na proporcional.


As condições há quatro anos eram outras. Não havia Frente, a esquerda estava
dividida; eram dezesseis candidatos majoritários; bolsonarismo no governo
federal; pandemia; antipetismo à direita e à esquerda e 1/10 do orçamento de 24.


Nesta campanha tivemos uma Frente reunindo a Federação Brasil da Esperança
(PT/PcdoB/PV) e a Federação PSol/Rede. Uma chapa majoritária com
PT/PDT. Condições muito mais favoráveis. Qual o impacto dessa articulação?


A tática adotada pelo PT com Telma de Souza na candidatura majoritária
impunha substituir na chapa proporcional os 8,3 mil votos por ela recebidos há
quatro anos e acrescentar o necessário para, no mínimo, manter a bancada.


A opção partiu da expectativa de chegarmos ao segundo turno em virtude dos
113,6 mil votos recebidos por Lula em Santos em 2022 e da possível vantagem
local do bom desempenho do governo federal no segundo semestre.


O resultado de 2024, entretanto, indica que há dois anos o voto em Lula foi
antibolsolnarista e antipetista. Esse contingente está nos 101 mil votos obtidos
por Rogério no 1º turno de 2024. Não veio para nós.


Esperava-se também que os votos de legenda suprissem a lacuna da chapa
proporcional. A lacuna foi preenchida com a votação extraordinária de Caseiro,
a duplicação dos votos de Chico e o bom desempenho dos proporcionais.


Compareceram às urnas 234,5 mil eleitores. Tivemos 13% dos votos majoritários
e 6% dos proporcionais. O PT manteve as duas cadeiras na Câmara e, juntamente com o PSol, preservou as três posições no Legislativo.


Historicamente candidatura majoritária traz 10% de votos de legenda na chapa
proporcional. Em 2020 trouxe 11%. Neste ano tivemos 2,7 mil, ou seja, 9%. Com
os votos de legenda e os votos do PCdoB, chegamos aos 17,5 mil.

De fato, a Frente Eleitoral com PSol foi decisiva. Sozinha, a candidatura
majoritária do PT/PCdoB faria 17,9 mil votos. Com os votos do PSol, chegamos
aos 31,4 mil votos. Telma teve mais 4 mil votos.


Resulta que o PT detém 43,27% da votação majoritária. PSol, PCdoB e PDT
detêm 42,53% e 3,61% e 0,2% respectivamente. Votos de Legenda
representaram 8,80%. A Chapa Proporcional somou 28.778 votos.

Uma avaliação mais detida demanda enxergar o desempenho do Partido dos
Trabalhadores na Frente Eleitoral. Autoriza também dimensionar a força da
Esquerda, hoje em torno de 10% dos votos válidos. Esse dado é estável.


Em 2020 o PT, PSol, PDT, PCdoB e PV (os partidos da Frente) somaram
separados 27.656 mil votos – 96% da votação deste ano. Esses números
demonstram o teto de nossos votos na disputa majoritária.

Os votos majoritários na esquerda são próximos isolados ou reunidos. A vitória
presidencial de 2022 não impactou a dinâmica eleitoral local nem reverteu a
consolidação da política hegemônica da direita na cidade.

Com 8 mil votos em Débora Camilo (59,7% da chapa), o PSol fez 13,4 mil votos,
performando, em raia própria, 5% do total. Juntos, PT e PSol representaram
11% da votação legislativa mantendo a bancada de esquerda na Câmara.

A composição da nossa chapa proporcional foi importante com a vinda de
novos quadros. Contudo, a regra da cláusula de barreira individual impôs
limites ao nosso desempenho.

O Quociente Partidário – QP, é tirado da divisão de votos válidos (234,5 mil)
pelo número de cadeiras na Câmara (21). O QP neste ano ficou em 11,5 mil
votos. Para ser eleito pela média de votos eram necessários 20% do QP (2,2 mil).

Na eleição por média, somente Chico Nogueira ultrapassou a barreira com 2,4
mil votos. Essa regra deve ser observada em qualquer estratégia eleitoral. É
bom ter supervotação, mas sem votação intermediária o partido não avança.

O PSol, por exemplo, não conseguiu fazer bancada em virtude da segunda
candidatura mais votada ter ficado em 1,4 mil votos. Foram 7 candidaturas
eleitas por média (1/3 das cadeiras da Câmara). Somente 1 de esquerda.


BASE SOCIAL
As candidaturas proporcionais de esquerda mais votadas tiveram melhor
desempenho nas Zonas Eleitorais 272 e 273 (Zona Leste), à exceção de Chico
Nogueira que teve melhor desempenho na Zona 118 (Centro, Morros e ZN).


O mais votado na Zona 118 foi Lincoln Reis do Podemos (4.042 votos). As
Zonas 272 e 273 também representam 2/3 de nossos votos majoritários (20,3 mil
votos). Estamos perdendo na periferia.


A Zona Eleitoral 118 reúne 67.822 votos. É a fração que reúne os bairros
populares da cidade. Lá, em números absolutos, Rogério Santos detém 28.637
votos, Rosana Vale 28.054 votos e Telma de Souza 11.131 votos.

A direita detém 83% dos votos nos bairros mais vulnerabilizados! Acrescente-se
que a expressão topográfica do domínio demanda questionarmos sobre os
mecanismos dessa dominação. O voto da direita na periferia é orgânico.


Essa nota nos dá o perfil de nossa interlocução. A esquerda sensibiliza uma
fração da Zona Leste falando da Zona Noroeste e a Zona Noroeste vota cada
vez mais pela direta.


Finalmente, estas eleições demonstram que o PT necessita debater a estratégia
de reinserção social. Os mandatos por nós conquistados são essenciais nesse
debate. A unidade interna também.

Votação 2020/2024

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