O jogo só está começando

As ações golpistas de oito de janeiro revelam a gravidade e a amplitude dos desafios que a democracia brasileira terá que enfrentar.
A direita de punhos de renda, que se crê civilizada, mas não consegue articular um projeto de país que livre o Brasil das suas mazelas estruturais e históricas já começa, aos poucos, a botar as manguinhas de fora. As estratégias para inviabilizar o governo eleito que usarão já começam a se delinear: negar o mérito de tudo, tentar minimizar os impactos positivos do governo eleito.
Aqui e ali, começa a aparecer a tentativa de restaurar a lógica neoliberal tosca que nos levou a atual crise e que possibilitou o aparecimento de uma aberração do quilate de Bolsonaro.
Não basta o governo fazer as coisas que precisam ser feitas. É preciso desde já fazer a disputa de valores, fazer a disputa de projetos para o Brasil e informar sobre o porque de cada ação que está sendo feita.
Se não houver debate público, se esses arautos da direita não receberem as críticas necessárias às suas velhas propostas, aos poucos eles vão se afirmando como alternativa, contaminando a sociedade com uma visão de mundo reacionária e com o velho projeto falido para o Brasil e, aos poucos, vão desgastando o governo e o próprio presidente.
Lula foi eleito presidente do Brasil com uma proposta de retomar a via democrática, interrompida com o impeachment da presidenta Dilma, de promover o desenvolvimento nacional com soberania, redução das desigualdades sociais e com institucionalização dos direitos de todos os brasileiros e brasileiras. Lula foi enfático durante a campanha na necessidade de promoção de relações sociais qualificadas, baseadas no respeito e na aceitação da diversidade humana e assumiu compromissos com a construção da sustentabilidade ambiental como meta e como valor civilizatório do país.
Vão tentar inviabilizar a realização desse programa. Tudo será disputado e o jogo só está começando.